02 outubro 2017

2017 tem Amador mais caro da história, R$ 500 mil


O Amador é um futebol paralelo, imitativo do que o profissional tem de mais fácil para ser copiado: a simplicidade, a omissão das verdades, a falta de registro de receitas e despesas e consequentemente os pagamentos "por fora" e a mentira sobre quanto se pagou e quanto se recebeu. Só aumenta a conta quem ganha pouco, a fim de se valorizar, mas ninguém acredita, todo mundo sabe a média, e tanto faz se aqui ou na cidade vizinha, é assim que funciona. Quem paga, diz sempre que todo mundo da diretoria colabora voluntariamente porque ama o time e jogadores vêm na amizade, a R$ 50,00 para gasolina. Mas tem sido cada vez mais comum "diretor" profissional, trocando de time como troca de camisa, neste caso, literalmente trocando de camisa, como um corintiano de alma e coração vestindo camisa do time amador esverdado ou tricolor. Tem crescido o negócio futebol amador, que de amador não tem mais nada, há uma nuvem de gente vivendo apenas de futebol amador, deixando pra lá empreguinhos menos valorizados. Têm do "patrão" favores intermediários para consertar geladeira, fogão, reparo do carro, IPTU, IPVA, além do valor combinado a cada domingo. Tem as festas, os churrascos, local em que mais sai dinheiro não programado, quando todo mundo está com umas a mais na cabeça, jogador esperto aproveita para pedir algum e o "dono do pedaço", com o ego inflado do "eu posso", "eu mando", "eu sou o tal", libera sem nem pensar duas vezes: tem muito, tem fácil, tem de sobra. 
Esse fenômeno, em meio à crise econômica por que se passa, não diminuiu, pelo contrário, aumentou, e não concentrou, como se pensou. Na principal série do nosso amador, por exemplo, chegamos à cifra de meio milhão de reais, e, faltando algumas rodadas para o término da fase de classificação, alguns sem cacife sustentável, já abriram bico, vide os que mais caem na tabela. Outros, que planejaram direito, ou onde orçamento não míngua, estão cada vez mais se concentrando no título, contra concorrentes de mesmo nível de gastos. Sabíamos, lá no começo do ano, por chute ou palpite, quem seriam os que estariam mais bem colocados nessa altura, e ninguém de bom senso está errando. E em que pese a promessa de que isso vai diminuir na temporada que vem, como todo ano é dito, não vai acontecer, no futebol ninguém fala a verdade verdadeira, mas se quer, antes, que acreditem na mentirinha que se fala para passar a perna uns nos outros nesse quesito me engana que eu gosto. O que se terá em 2018 será um campeonato ainda mais caro, a série de acesso está ficando tão cara quanto metade da série principal. Isso requereria uma gestão adequada a esse nível de profissionalismo. Sempre citamos que dentro das quatro linhas o futebol de Jundiaí era profissional, mas que a direção era, ainda de várzea. Times mais sustentáveis mudaram isso, razão pela qual estão no topo e vão disputar o título. Mas a administração geral precisa se dar conta do tamanho do (ótimo) negócio que tem à mão, basta entender que se trata de negócio e não mais de jogo, que se trata da indústria do entretenimento e não da indústria de brinquedos. 

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