15 janeiro 2018

só vai jogar jovem jogador de empresário, isto sim!

Carlinhos (Corinthians), Paulo Boia (São Paulo), Artur (Palmeiras)
 e Victor Yan (Santos) Foto: Montagem/Estadão

A mudança e a consequente permissão de uma lista separada de inscrições de jogadores com menos de 21 anos, vinculados ao time há mais de um ano e que já tenham disputado um campeonato na categoria de base, não vem a pedido dos times, vem como exigência de empresários da bola, isto sim. Esses caras, intermediários de todos os negócios e donos por baixo do pano de quase todo mundo em quase todo time, incluindo técnicos e diretores, precisam fazer a roda girar: vende um para Minas Gerais e traz de lá uns três; leva alguém para o Paraná e traz de lá alguma promessa; leva dois pernas de pau de São Paulo, que eles mesmos enfiaram em algum time grande daqui, e agora, com contrato bem amarrado, de longo prazo, feito depois de molhar a mão de algum diretor do esquema, e esse meia boca vai para Goiás e vem de lá algum jogador que a imprensa, via de regra quem divulga notícia pronta também recebe uns caraminguás, repetindo jogador-promessa que já desperta interesse de Barcelona, Real Madri, Chelsea e Manchester City (Quá-quá-quá!). Aí, esse carinha, do nível dos pernas de pau que foram pra Goiás, no exemplo, vem, faz exames médicos, conta umas lorotas de que sempre torceu para o tal time - o que o está contratando -, que a família, principalmente o pai, que já morreu - aí solta umas lágrimas de crocodilo -, tinha um sonho de ver o filho envergando as cores do tal time. Pois bem, são promessas de segunda categoria que os times contratam, pelas razões aí já ditas, não vão atrás das categorias de base coisa nenhuma! Você pega um garoto Sub-11, 13 ou 15, e o moleque não carrega nem mais a bolsinha com chuteira, tem um assistente dele, à custa do empresário, para fazer isso. Desta forma, o mala se torna mala mais rapidamente, e fica pronto para enganar por aí, seja o time que for. E esses moleques, inscritos por um time, seja o time que for, tem boa parte dos seus diretos, por baixo do pano, contrato de gaveta, vinculado a esse tal, e embora o clube inscreva e pague tudo, desde alimentação até alojamento e assistência médica, a parte maior, se o garoto vinga, é desses urubus. E da "família", que já "vendeu" pro tal empresário bonzinho. Então, o clube gasta, arrisca; tem técnico e diretor devidamente azeitado por essa camarilha, que, agora, vai poder, também, além dos já adultos, exigir escalação dos mais jovens que têm sob contrato, e ninguém nem vai achar ruim, o torcedor mais fanático, enganado, achando que é mesmo prata da casa, vai dizer que o técnico sabe trabalhar com a base e que o caminho para o equilíbrio financeiro do clube é a base, isso entre outras babaquices que se ouve todo dia, tipo engana trouxa. Clube mesmo, é tipo caracu: o jogador + o empresário entram com a cara e o clube com o resto. Então, agora teremos a oficialização da escalação da base no Campeonato Paulista, vai ser a festa dos empresários! Nada contra, o ambiente deles é esse mesmo, sujo, corrupto, rasteiro, tipo rapina, onde conta apenas quanto eu ganho, independentemente de quem, nesse caminho, eu tenha que molhar a mão. Tem Lava Jato no futebol? Não, né? Aliás, se tivesse, até o "Sérgio Moro" dessa operação no futebol seria escolha dos empresários e nunca de algum tribunal. Vai por mim que é assim que a roda gira no futebol. Só não tenho provas, nem cabe a mim provar nada, cabe aos apaixonados, que morrem e matam pela paixão clubísticas nos trens de metrô e nas plataformas e nas ruas, mas eles estão tão apaixonados, mas tão apaixonados pelas cores dos seus times, que só veem o adversário, para eles, inimigo. Nem as próprias forças, racionalmente, são capazes de avaliar, de tão loucos que se tornam, adictos, dependentes.
(Opinião, cada um tem a sua. Essa é a minha).

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