04 novembro 2014

Se existe um Paulista tradicional, para que "Novo Paulista"?

No futebol profissional, não há lugar para voluntariado, estagiários, abnegados nem apaixonados. O ambiente é profissional remunerado. Tem que haver orçamento, metas e objetivos diariamente avaliados." (Bola com gravata). 

Vamos combinar que melhor do que não fazer nada é fazer alguma coisa, tudo bem, mas essa "alguma coisa" leva aonde? Temos exemplos aos montes de que não levam a nada iniciativas de boa-fé, como o São José, de São José dos Campos, polo tecnológico do Vale do Paraíba, que também tem empresas como EMBRAER, General Motors, Johnson&Johnson, Petrobrás, entre outras. Município com mais de 600 mil habitantes que o presidente do clube alegou serem "os que não colaboraram". Na opinião de Geleia, "faltou apoio das empresas da cidade e, principalmente, da prefeitura". Para solucionar a situação: rebaixamento à Série A3 do Paulista com dívidas de mais de R$ 30 milhões. Mas foi rebaixado! E vai começar do zero em 2015, devendo aluguel, salários e sem estrutura mínima inclusive para treinamentos, depois de acertar parceria com um grupo de empresários e notáveis para tocarem o futebol por 3 anos.


E o Guarani, de quem todo mundo fala pelo que brilhou nos anos 1980 e 1990 como uma exceção? Time de Careca, Zenon, Neto, único campeão brasileiro do interior, etc., etc., etc.: tudo verdade. Mas é igualmente verdade que nos últimos 2 anos, teve 4 presidentes: houve impeachment, renúncia coletiva de diretoria, greve de jogadores... Tem dívidas beirando R$ 200 milhões e tem como única saída a venda do entorno do Brinco de Ouro, seu estádio, razão da discórdia nesse tempo todo. Agora, bancado pela Magnum, empresa fabricante de relógios, sobrevive com um presidente "de confiança" da empresa, que também prometeu renunciar caso os associados não autorizem a "liberdade imobiliária", única garantia da Magnum, que pagou os salários atrasados este ano, quando jogadores ficaram por mais de 4 horas trancados voluntariamente nos vestiários esperando pagamento de parte dos atrasados. Que aconteceu. Na Série C do Brasileiro e na A-2 do Paulista, o time sofreu 9 rebaixamentos nos últimos anos:
 
-A1 PAULISTA - 2001, 2006, 2009 E 2013;
-SÉRIE A DO BRASILEIRO - 2004 e 2010;
-SÉRIE B DO BRASILEIRO - 2006 e 2012;
-RIO-SÃO PAULO - 2002
Só esses dois exemplos para mostrar que não existe pulo do gato no futebol e que empresário não sai distribuindo dinheiro sem retorno garantido, empresas não são irresponsáveis! O futebol que se profissionalize...

E o centenário Paulista de Jundiaí? Por que o Novo Paulista? O mais tradicional não tem mais peso do que um novo?

O que é esse tal Novo Paulista? É uma entidade sem fins lucrativos, independente, cuja única finalidade é prover o Paulista Futebol Clube de suas necessidades financeiras para tocar o futebol e pagar os cerca de R$ 25 milhões que compõem a dívida atual e deixar o clube livre para não cair para a Série A3 do Paulista, outro objetivo, para começar a ascensão em 2016: tomara de certo. Presidida pelo desembargador Márcio Franklin Nogueira, cinco são vice-presidentes: Milton José de Marchi, Marco Antonio Dias, Getulio Nogueira de Sá, Luiz Roberto Raymundo e Vanoil da Rocha Pereira. São diretores: Odair Luchini, Alaércio Borelli, Lucas Latorre Scaparo, José Verdugo Dias, Wilson da Silveira Franco. Arnaldo Luiz Romera, Arcides Grossi e Wilson Zanatta são tesoureiros. Compõem também a diretoria: Antonio Pascoal Sueson (social), Tobias Muziael Junior (relações públicas), André Barros Leite (marketing), Anderson Marchi Davo (esportivo), Wagner Panzan e Dirceu Tomazetto e Ilton Frigeri (esportivos) e Luiz Carlos Branco (jurídico) . Compõem o conselho consultivo, presidido por Cláudio Levada: Adilson José Carminati, Lázaro de Freitas Nunes, Reinaldo Ienne, Luiz Carlos Batista, Mauro Brescancini, Vitor Roselis Junior, Orides Rusi, José Tadeu Pinhata, Jorge Luiz Martho, Frauze Taha, José Segli, Aldo Naldi, Wagner Fachini, Josué Spinace, Marcos Viana e Claudio Gomes e o conselho fiscal: Nivaldo Benassi, Sérgio Del Porto e José Jacob Carbonari.

São todos nomes de respeito, uns com militância antiga no futebol que estão voltando e outros sem nenhuma familiaridade com esse mundinho particular. É necessário saber que no futebol não tem ninguém saído de nenhum convento franciscano, que ninguém dá um "alô" desinteressado, que ninguém ajuda ninguém sem garantia de receber algum logo à frente. E, pior, é desse jeito, nessa teia, que todo mundo se movimenta nos times, cada vez mais afundados, e que todo mundo faz exatamente igual ao concorrente/adversário, todo mundo bebe na mesma fonte (os fornecedores de jogadores e de recursos) e todo mundo deve para meio mundo. Então, cadê o pulo do gato? Por que não deu certo quando esteve por aqui o Banco Fator e o Pelé e que eu fui, igualmente, crítico? E, um sexto do total da dívida do Paulista é exatamente para esse benfeitor.
Tomara dê certo, o Paulista é o principal produto esportivo de Jundiaí. Com o Paulista bem, todos ganhamos; com o Paulista na pior, todos perdemos. Mas...Sei não!

(Opinião, cada um tem a sua. Essa é a minha). 

Nenhum comentário:

Postar um comentário