27 outubro 2015

Amador não acaba! Mas punições precipitadas ou silêncio omisso não ajudam nesse instante


Ouso dizer que o Amador não morre, não para, não se acaba, não tem macho para isso! Mas que precisa ser trazido para um nível moderno de civilidade, precisa. Por que os investimentos chegaram a esse nível e a administração patina? Esse descompasso entre o que se investe e a forma como "se vai tocando', repetindo praxes do século passado, só poderia mesmo desaguar no que se tem visto. E se a gestão anterior de três décadas começava e terminava os campeonatos, e teve seu inicio numa intervenção, fica no ar essa ideia, que mesmo antiga, é a única medida de força capaz de trazer para o Século XXI a administração do Amador, já moderníssimo em campo.

O futebol de várzea tem características próprias até em festival em campo aberto nas quebradas, cada um tem lá seu senso particular de punições que não permite a barbárie descambar senão entre os iguais. Mas esses, ninguém se ofende nem melindra, são iguais e se resolvem fora, lá longe do campo de jogo. 

E em Jundiaí, desde o varzeano em campo aberto, e olha que já faz um tempão, todo mundo conhece todo mundo, todo mundo sabe quem são os mais esquentadinhos, apenas uns poucos, que, graças a Deus, fora da influência do calor do jogo, são "umas moças". Assim também são as torcidas mais firmes e mais briguentas, que também passado o efeito da adrenalina, são urbanas e de convivência possível na diferença, afinal, nos encontramos na segunda-feira na fila do banco, do supermercado ou na fila do desemprego, somos comuns. A coisa só começou a mudar um pouco quando se tornou semiprofissional dentro de campo, nada contra, muito pelo contrário, o problema foi ter continuado varzeano na administração, aí valendo para times e para organizadores de campeonatos. Essa diferença abissal de interesses foi fazendo com que elencos bem remunerados se sentissem na obrigação de vitória, e a qualquer custo, coisa fácil para quem tem recursos à disposição, obrigando jogadores a uma única hipótese: ganhar, mesmo sendo 3 as possibilidades (vencer, empatar ou perder). E vencer significa dar uma satisfação à sua comunidade do investimento feito e à torcida um up na autoestima enquanto coletividade. 

Nessa Babel que é o futebol amador, convivem cidadãos de toda estirpe, nada de discriminação, nem é o caso, mas nesse panorama de contaminação, a culpa da derrota passa a ser sempre do árbitro ou da organização, nunca da incompetência de algum jogador que joga com o nome - e ganha muito! E jogadores e torcedores, sentindo-se amparados por quem ter o "poder" na comunidade, faz o que lhes der na telha, inconsequentemente e irresponsavelmente, boiada ninguém domina, e sem nenhum medo porque conhecem até onde vai a influência ignorante de quem lhes dá guarida. Não é por outro motivo que se tem visto nas últimas semanas o que se viu, atos de selvageria incivilizada em nome do futebol amador, que é lazer, que sempre foi lazer, e que o jundiaiense adora! Mas, agora, o cidadão, o munícipe, o contribuinte, igualmente senhor desse espaço, pensa duas vezes antes de utilizar esse equipamento público aos sábados e domingos, tomados por torneios, sem agenda disponível para mais ninguém, e olha que somos todos iguais nos direitos, é nosso! E a imprensa é culpada de divulgar? Imagina! Para sorte dos que querem ver tudo jogado debaixo do tapete, a imprensa cobre pouco, vê pouco porque vai a poucos campos, tem outras pautas, mas os que vamos mais frequentemente e por mais tempo, meu Deus! Vemos coisas do arco da velha. 


(Opinião, cada um tem a sua. Essa é a minha).  

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